- Amiga dessa vez eu tenho certeza que vai! – Disse Milla ao
se jogar no sofá com o celular na mão. – Ele é demais!
- Vai aonde Milla? – Disse Flor enquanto olhava as unhas.
- Como assim aonde louca. Vamos namorar ueh, relacionamento
sério. – Ela riu – Já ouviu falar disso?
- Olha. – Flor pôs a mão no queixo. – Faz tempo que não sei
o que é isso, e realmente não to muito afim de saber.
- Para de ser chata! Não começa com sua implicância com
relacionamentos. – Milla se sentou e pôs a mão na cintura.
- Não é implicância, é que é sempre a mesma coisa. – Flor
bufou. – Eu tô cansada disso.
- Sei que ta cansada, mas toda hora ta com boy novo.
- Sim. Uma coisa é uma coisa... Não tem nada a ver uma coisa
com outra. – Flor riu.
Isadora chegou com três long neck.
- Eu não vou beber. – Gritou Milla. – Vou encontrar meu crush
novo, não quero ta com bafo de cerveja.
Isadora gargalhou.
- Entendi. Ai ele chega caindo de bêbado.
- Vira esta boca pra lá Isadora! – Gritou Milla. – To
achando que meus relacionamentos não andam por isso...
- É muita energia ruim neh Milla? – Flor ironizou.
- Isso mesmo. – Milla ergueu o queixo.
- Energia ruim o que garota. – Isadora abriu a cerveja. –
Vai ficar deixando de beber pra agradar a quem? Daqui a pouco não vai mais
poder sair com a gente, nem conversar.
- Eu nunca disse isso! – Milla disse irritada.
- Mas nem precisa dizer né Milla. – Flor deu um gole na cerveja. – Se você não toma uma cerveja enquanto estão ficando,
imagina quando o namoro firmar.
- Se é que firma né, porque a Milla não é fácil. – Resmungou
Isadora.
- Para gente! Pelo amor. – Milla se irritou. – Que torcida
contra.
- Não é torcida contra, mas dizer que não vai beber uma
cerveja com a gente porque vai encontrar um cara que conheceu ontem. – Flor
revirou os olhos. – Escova os dentes né!
- Eu não quero cerveja hoje, só isso. To nervosa. – Milla suspirou. – Logo vou me arrumar e encontrar ele. - Ela fez olhos de apaixonada.
- Você ta empolgada mesmo! – Isadora riu. – Que bom, só não
queira fazer tudo ao mesmo tempo ta, deixa rolar.
- Mas eu não sou assim, quem vê você falando pensa que eu
sufoco as pessoas. – Respondeu Milla irritada.
Flor pigarreou.
- Só as vezes. –
Isadora tossiu.
- Gente, eu não quero ter DR não ta, só quero sair com um
carinha e ficar de boa.
- Entendi, mas não fala de casamento, promete? – Pediu Flor.
- Lógico que não louca! – Ela riu. – De onde você tirou esta
ideia Flor?
- Do ultimo encontro, aquele com o Renato que você disse
“nas entrelinhas” que queria que ele fosse o pai dos seus filhos.
Milla sorriu sem jeito.
- Aquilo foi um erro de percurso, eu não faria isso de novo.
- Ela suspirou.
Isadora gargalhou.
- Conta outra garota. Você é obcecada por casamento.
Milla arregalou os olhos.
- Isso é exagero seu. Eu só não nego que quero me casar. Pensa
comigo eu já tenho 33, até eu casar 34, viver um pouco a vida de casada 35
e depois ter um filho 36, quase 37. Serei como avó do meu próprio filho. – Ela
pôs as duas mãos no rosto.
- Nossa, que matemática louca! Por que a vida da gente deve
ser toda programada assim? – Disse Flor – Fiquei tonta aqui.
- Você diz isso por que já decidiu que não quer filhos, e já
viveu com uma pessoa. Já cansou de dizer que não quer mais viver isso... – Respondeu Milla.
- Você não sabe o que eu quero, principalmente por que nem
eu sei. – Flor arregalou os olhos e afirmou com a cabeça.
- Milla, a Flor tem razão, você faz muitas contas. – Isadora
bebeu dois goles de cerveja. – Deixe ser natural.
- Você também não pode dizer nada Isadora. Já se casou e tem
o seu filho, eu quero viver essas coisas, será que posso?
- Que coisas? – Flor insistiu. - Que papo louco, você ta brisando.
– Ela gargalhou. – Isadora, você conta ou eu conto?
Ambas começaram a gargalhar.
- Obrigada por me deixarem de fora dessa diversão. – Disse
Milla emburrada.
- Não é isso gata! – É que você fala como se o casamento
fosse a melhor coisa do mundo, e esta longe de ser. – Isadora riu. – Chega a
ser engraçado o jeito como você fala.
- Eu sei que não é a única coisa pra se fazer da própria
vida, mas eu quero fazer isso.
- Que bom! Pelo menos isso você sabe que existem mais coisas
a fazer! – Disse Isadora.
- Ta legal, não tem como a gente interferir nisso. – Flor se
intrometeu. – É uma escolha sua. Mas será engraçado depois que você dividir com
a gente a sua experiência, por que eu vou dizer: Eu te avisei!
- Engraçadinha. – Milla mostrou a língua. – Eu sei que não
são tudo flores.
- São poucas flores, na verdade. – Isadora resmungou.
- Gente, eu preciso falar com pessoas que gostem do
casamento. – Milla bufou. - Vocês estão muito negativas com este assunto.
- Você tem razão Milla. – Isadora disse seria. – Não é por
que eu não me dei bem com o pai do meu filho que você necessariamente não viva
um bom casamento, e pode ser que viva além dos sete anos que fiquei casada.
- Verdade. – Flor suspirou. – E mesmo que vocês se separem
como aconteceu com nós duas. O que vale são os bons momentos, nada precisa ser
pra sempre, nem a vida é eterna, por que o casamento precisa ser? – Ela sorriu
delicadamente.
- Credo! Eu nem casei e vocês já estão fazendo o meu divorcio.
É inacreditável.
As amigas riram contidas, enquanto Milla foi ao banheiro.
- Desculpa amiga. – Disseram Flor, e Isadora na sequencia.
- A gente só se preocupa com você. – Disse Isadora.
- Pense primeiro num namoro legal, divertido, ou sei la. –
Disse Flor. - Não deixa essas formalidades ser maior que as coisas
importantes entre as pessoas, o relacionamento em si.
- Eu não to mais na pilha. – Milla respondeu desanimada. –
Eu só não escondo que tenho esta intenção.
- Ta ok. Isso nós já entendemos. – Respondeu Flor. – Não vamos mais falar nada contra. Vai
encontrar seu futuro noivo e marido vai. Ficaremos aqui na torcida.
- Não vou mais. – Respondeu Milla.
- Não fala assim que me sinto culpada! – Berrou Isadora.
- Ele desmarcou. – Ela pôs a boca de lado. – O filho dele
teve um problema e ele teve que cancelar.
- Nossa que pena! – Disse Flor sem graça. – Depois vocês
remarcam...
- Sim. – Disse Milla. – Simbora organizar a viagem de amanhã.
– Ela esfregou as mãos com animação. – Com este sol vai dar praia.
Flor e Isadora se olharam, e depois pra Milla.
- Não me olhem assim.
- Você não vai dizer nada? - Perguntou Isadora.
- Passa a cerveja! - Disse Milla.
– Ta na mão! - Elas gargalharam.
Texto: Grazy Nazario.
PS. Se inscreva no Blog e receba as crônicas semanais! ;)
- Você não vai dizer nada? - Perguntou Isadora.
- Passa a cerveja! - Disse Milla.
– Ta na mão! - Elas gargalharam.
Texto: Grazy Nazario.
PS. Se inscreva no Blog e receba as crônicas semanais! ;)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gratidão pela participação!