quarta-feira, 18 de julho de 2018

Mulheres de Poder - Sexo Seguro


Sexo Seguro


 O Encontro


No bar a musica tocava em ritmo dançante, Isadora estava aflita, não parava de remexer os pés.
- Vamos dançar garota! – Disse Flor no ritmo da musica. - Olha essa musica que maravilha!
- Não consigo Flor! – Respondeu Isadora.  – Estou preocupada e ansiosa.
- Amiga, poder ter certeza de que ele vem. – Milla gargalhou. -  Depois  dessa canseira de quase quatro meses de espera pra uma transa. – Ela riu. – Não demora e ele já chega.
- Eita, todo este tempo só conversando com o cara? – Flor arregalou os olhos. – Então este é o Sandro, seu ex-namorado de dez anos atrás!
- Também não exagera né Flor, não nos vemos há uns oito anos. – Ela revirou os olhos indignada. - E sim, estamos conversando a alguns meses.
- Ow mulher difícil! – Brincou Flor.
- Não é questão de querer ser difícil, eu queria saber qual é a dele comigo. Se for pra gente sair só pra uma transa, eu já fico sabendo disso.
- Entendi. – Flor respondeu pensativa. - E você conseguiu saber o que ele quer?
- Não faço a menor ideia! – Isadora gargalhou. – Eu estou rindo, mas é de nervoso.
Neste momento um homem alto, negro e de porte forte chegou, cumprimentou todas as meninas, e em Isadora deu um beijo na boca. Flor apontou uma cadeira e o convidou a sentar. Sandro foi gentil, mas disse que preferia não se juntar a elas. Esperou que Isadora se despedisse das amigas, e os dois saíram.
Isadora e Sandro chegaram ao motel em ritmo de lua de mel, Sandro estava animado, Isadora era a própria rainha. Assim que se beijaram, e o clima começou a esquentar Isadora perguntou:
- Você trouxe preservativo?
- Como? – Ele disse sem jeito.
- Se você não trouxe não tem problema, pega ali que eu tenho. – Respondeu Isadora apontando na direção de sua bolsa.
- Calma. – Disse Sandro enquanto dava mais uns beijos em sua suposta amada. – Sabe o que é minha linda, camisinha é muito ruim, aperta, machuca, incomoda muito!
- Não vem como este papinho não, Sandro! – Isadora se enfureceu. Levantou da cama irritada, e foi vestindo as poucas peças que tinha começado a tirar. – Eu não acredito que um homem da sua idade vai querer se comportar como um adolescente inconsequente.
- Não exagera! – Respondeu Sandro. – Você sabe que é ruim.
- Ruim é ter uma doença, ou engravidar de uma pessoa que mal conheço, por que esta com frescura pra se prevenir, não dá pra acreditar nisso.
- Deixa de marra. Deita aqui que eu faço você esquecer tudo isso, confia em mim. – Disse Sandro.  
- Perdi a vontade! – Ela cruzou os braços.
 - Não é possível que você vai me deixar na mão! – Sandro levantou da cama irritado.
- Não me enche que eu já estou azeda! – Ela suspirou. – Você sabia que eu fui arrumar meu cabelo, fiz depilação, unhas, passei meu perfume importado para ocasiões mega especiais e coloquei esta roupa que me deixa linda! Tudo a troco de raiva.
- Não estamos numa boa por que você não quer. – Resmungou Sandro.
- Me poupe! – Ela se exaltou. – Pare de tentar passar a responsabilidade pra mim, eu vim até aqui com um proposito, mas não sou obrigada a não me proteger porque você não esta se importando com a sua saúde, ou com a minha. Você esta tentando me intimidar evitando o sexo, quando o óbvio era você se prevenir sem eu precisar pedir.
 - Só acho que não sou um qualquer, não precisa dessa desconfiança toda.
- Eu definitivamente não vou discutir isso com você.
Passado pouco mais de duas horas, Flor dançava e Milla mexia no celular. Isadora entrou pela porta do bar apressada.
- O que você esta fazendo aqui mulher? – Milla arregalou os olhos. – Nossa já voltou. Que trepada rápida foi essa.
- O que aconteceu Isadora? Por que essa cara de quem quer agredir alguém?- Perguntou Flor enquanto se ajeitava na cadeira.
- Vocês não vão acreditar! – Respondeu Isadora com os punhos fechados. – Má hora que eu resolvi dar uma chance pra um cretino desses. Em seguida Isadora contou o acontecido as amigas.
Milla e Flor se olharam no mesmo tempo. Ficaram poucos segundos em silêncio, como se buscassem o que dizer diante da “não transa” da amiga.
- É, realmente não pode. – Respondeu Milla. – Quer dizer que você vai ficar na seca por mais um tempo né amiga. – Ela gargalhou.  
- Não fala assim da nossa enfermeira de plantão. – Flor riu. – Mas o cara não é nada seu, ta se achando demais.  
- Eu não o via a anos, nem sei com quem ele anda. – O cara é louco, e se eu sou uma porra louca?
- Enrolando mais de quatro meses pra transar não é porra louca mesmo! – Se intrometeu Milla.
- Você entendeu sua maluca! – Disse Isadora com a voz visivelmente mais tranquila.
- Verdade, se ele não quis usar camisinha com você é por que não usa com ninguém. – Flor balançou a cabeça.
- Você teve muita personalidade amiga, o que você fez foi muito difícil, eu não sei se conseguiria. - Muito babaca este cara! – Disse Milla.
- Então aprenda para o seu próprio bem, você precisa se cuidar, nenhuma outra pessoa fará isso por você. Qualquer pessoa tem contatinho pra sexo, se for pra ser assim que seja pelo menos sexo seguro né. Não dá trocar um momento de prazer pra ter problemas o resto da vida.
 – Mas tem uma coisa que esta me intrigando. – Flor fez cara de desentendida. - Como você conseguiu vir com ele do motel até aqui depois de todo este barraco?
- Você parece que não me conhece! - Isadora gargalhou desesperadamente. – De jeito nenhum eu entraria no carro daquele maluco. – Respondeu com cara de quem fez arte.
- O que você fez? – Flor arregalou os olhos.
Isadora pegou o copo de cerveja e tomou quase tudo de uma vez.
- Ele não me trouxe, eu o larguei trancado no quarto do motel e vim embora, ele que se vire. E tem outra coisa, ele que não me ligue, por que quem não quer  falar com ele sou eu.





Texto por: Grazy Nazario.

Não é só no circo que tem palhaço

  Flor chega em casa furiosa. Joga a bolsa no sofá, bebe água e olha o celular. Percebe que tem pelo menos dez mensagens. Ignora todas e b...