Sexo Seguro
O Encontro
No bar a musica tocava em
ritmo dançante, Isadora estava aflita, não parava de remexer os pés.
- Vamos dançar garota!
– Disse Flor no ritmo da musica. - Olha essa musica que maravilha!
- Não consigo Flor! –
Respondeu Isadora. – Estou preocupada e
ansiosa.
- Amiga, poder ter
certeza de que ele vem. – Milla gargalhou. -
Depois dessa canseira de quase
quatro meses de espera pra uma transa. – Ela riu. – Não demora e ele já chega.
- Eita, todo este tempo
só conversando com o cara? – Flor arregalou os olhos. – Então este é o Sandro,
seu ex-namorado de dez anos atrás!
- Também não exagera né
Flor, não nos vemos há uns oito anos. – Ela revirou os olhos indignada. - E
sim, estamos conversando a alguns meses.
- Ow mulher difícil! – Brincou
Flor.
- Não é questão de querer
ser difícil, eu queria saber qual é a dele comigo. Se for pra gente sair só pra
uma transa, eu já fico sabendo disso.
- Entendi. – Flor
respondeu pensativa. - E você conseguiu saber o que ele quer?
- Não faço a menor
ideia! – Isadora gargalhou. – Eu estou rindo, mas é de nervoso.
Neste momento um homem
alto, negro e de porte forte chegou, cumprimentou todas as meninas, e em
Isadora deu um beijo na boca. Flor apontou uma cadeira e o convidou a sentar.
Sandro foi gentil, mas disse que preferia não se juntar a elas. Esperou que
Isadora se despedisse das amigas, e os dois saíram.
Isadora e Sandro
chegaram ao motel em ritmo de lua de mel, Sandro estava animado, Isadora era a própria
rainha. Assim que se beijaram, e o clima começou a esquentar Isadora perguntou:
- Você trouxe
preservativo?
- Como? – Ele disse sem
jeito.
- Se você não trouxe
não tem problema, pega ali que eu tenho. – Respondeu Isadora apontando na
direção de sua bolsa.
- Calma. – Disse Sandro
enquanto dava mais uns beijos em sua suposta amada. – Sabe o que é minha linda,
camisinha é muito ruim, aperta, machuca, incomoda muito!
- Não vem como este
papinho não, Sandro! – Isadora se enfureceu. Levantou da cama irritada, e foi
vestindo as poucas peças que tinha começado a tirar. – Eu não acredito que um
homem da sua idade vai querer se comportar como um adolescente inconsequente.
- Não exagera! –
Respondeu Sandro. – Você sabe que é ruim.
- Ruim é ter uma
doença, ou engravidar de uma pessoa que mal conheço, por que esta com frescura
pra se prevenir, não dá pra acreditar nisso.
- Deixa de marra. Deita
aqui que eu faço você esquecer tudo isso, confia em mim. – Disse Sandro.
- Perdi a vontade! –
Ela cruzou os braços.
- Não é possível que você vai me deixar na
mão! – Sandro levantou da cama irritado.
- Não me enche que eu já
estou azeda! – Ela suspirou. – Você sabia que eu fui arrumar meu cabelo, fiz
depilação, unhas, passei meu perfume importado para ocasiões mega especiais e coloquei
esta roupa que me deixa linda! Tudo a troco de raiva.
- Não estamos numa boa
por que você não quer. – Resmungou Sandro.
- Me poupe! – Ela se
exaltou. – Pare de tentar passar a responsabilidade pra mim, eu vim até aqui
com um proposito, mas não sou obrigada a não me proteger porque você não esta
se importando com a sua saúde, ou com a minha. Você esta tentando me intimidar
evitando o sexo, quando o óbvio era você se prevenir sem eu precisar pedir.
- Só acho que não sou um qualquer, não precisa
dessa desconfiança toda.
- Eu definitivamente não
vou discutir isso com você.
Passado pouco mais de
duas horas, Flor dançava e Milla mexia no celular. Isadora entrou pela porta do
bar apressada.
- O que você esta
fazendo aqui mulher? – Milla arregalou os olhos. – Nossa já voltou. Que trepada
rápida foi essa.
- O que aconteceu
Isadora? Por que essa cara de quem quer agredir alguém?- Perguntou Flor
enquanto se ajeitava na cadeira.
- Vocês não vão
acreditar! – Respondeu Isadora com os punhos fechados. – Má hora que eu resolvi
dar uma chance pra um cretino desses. Em seguida Isadora contou o acontecido as
amigas.
Milla e Flor se olharam
no mesmo tempo. Ficaram poucos segundos em silêncio, como se buscassem o que
dizer diante da “não transa” da amiga.
- É, realmente não
pode. – Respondeu Milla. – Quer dizer que você vai ficar na seca por mais um
tempo né amiga. – Ela gargalhou.
- Não fala assim da
nossa enfermeira de plantão. – Flor riu. – Mas o cara não é nada seu, ta se
achando demais.
- Eu não o via a anos,
nem sei com quem ele anda. – O cara é louco, e se eu sou uma porra louca?
- Enrolando mais de
quatro meses pra transar não é porra louca mesmo! – Se intrometeu Milla.
- Você entendeu sua
maluca! – Disse Isadora com a voz visivelmente mais tranquila.
- Verdade, se ele não
quis usar camisinha com você é por que não usa com ninguém. – Flor balançou a
cabeça.
- Você teve muita
personalidade amiga, o que você fez foi muito difícil, eu não sei se
conseguiria. - Muito babaca este cara! – Disse Milla.
- Então aprenda para o
seu próprio bem, você precisa se cuidar, nenhuma outra pessoa fará isso por
você. Qualquer pessoa tem contatinho pra sexo, se for pra ser assim que seja
pelo menos sexo seguro né. Não dá trocar um momento de prazer pra ter problemas
o resto da vida.
– Mas tem uma coisa que esta me intrigando. –
Flor fez cara de desentendida. - Como você conseguiu vir com ele do motel até
aqui depois de todo este barraco?
- Você parece que não
me conhece! - Isadora gargalhou desesperadamente. – De jeito nenhum eu entraria
no carro daquele maluco. – Respondeu com cara de quem fez arte.
- O que você fez? –
Flor arregalou os olhos.
Isadora pegou o copo de
cerveja e tomou quase tudo de uma vez.
- Ele não me trouxe, eu
o larguei trancado no quarto do motel e vim embora, ele que se vire. E tem
outra coisa, ele que não me ligue, por que quem não quer falar com ele sou eu.
Texto por: Grazy Nazario.